Estou trazendo Mais Uma Historia Como Prometido a Vocês :
O Espantado Espantalho
Chico, fazendeiro experiente do MegaCity, adora decorar sua fazenda ao estilo de Halloween para entrar no clima. Planta abóboras, pede ajuda pro Cristo coloca um monte de lanternas de cabeça de abóbora, arrematando tudo com um simpático espantalho.
Como um homem corajoso, Chico sabe que essa história de monstros não existe. Ele não acredita em fantasma, nem em vampiros e nem em lobisomem. Mas, na noite de Halloween do ano passado, ele duvidou de suas convicções.
Chico estava na varanda de sua Casa de Subúrbio “assentando o jantar”, como ele gosta de dizer. Do lado de sua fazenda, passa a linha do trem e, naquele instante, um clarão iluminou toda a plantação. Ele percebeu algo estranho no meio da horta, algo que se movia e não deveria estar se movendo: seu espantalho.
Pé ante pé, ele foi até onde se encontrava seu “ajudante” e não o encontrou no seu lugar. Ao invés disso, viu um rastro de pegadas andando para longe dali. Naquele momento, Chico respirou fundo e tentou se acalmar. “Provaver que o vento do trem dirrubô o espantaio”, pensou o matuto.
Mas passou outro trem que iluminou a plantação toda de novo e ele viu, horrorizado, seu espantalho com cabeça de abóbora andando na sua direção. Aqueles olhos iluminados e o sorriso sinistro fizeram do corajoso Chico um corredor profissional de tão rápido que chegou na sua casa.
Continuação :
Chico apagou todas as luzes e ficou espiando da janela. “Vai que o espantaio isquece deu i vai imbora, sô!” Mas a sorte não estava do seu lado e logo ele viu a reluzente cabeça de abóbora subindo os degraus da sua varanda e batendo na porta.
Toc, toc, toc. O fazendeiro não conseguia acreditar no que estava acontecendo e ficou paralisado. Toc, toc, toc, bateu o Espantalho de novo e Chico juntou coragem para abrir a porta. Neste momento, o trem passou de novo e iluminou tudo com uma luz espectral. Nessa hora, o matuto deu um berro. O Espantalho também deu um berro. Ficaram os dois berrando um pro outro.
No final das contas, o “espantalho” era o Jean Luc, o fotógrafo francês. Ele tinha aparecido na fazenda do Chico para tirar fotos de sua linda decoração, mas se perdeu no meio da plantação e, quando passou o trem, se assustou e caiu de cabeça numa das lanternas de abóbora do agricultor. Quando viu que o fazendeiro estava por perto, andou na sua direção para pedir ajuda sem saber que enchia o pobre Chico de medo.
E o espantalho de verdade? Até hoje não apareceu, mas Chico nunca mais usou nenhum com cabeça de abóbora.